Introdução

E percorria Jesus todas as cidades e povoados… vendo ele multidões, compadeceu-se deles… E então se dirigiu a seus discípulos: A Seara na verdade é grande mas os trabalhadores são poucos. Rogai, pois ao Senhor da Seara…

(Mateus 9:35-38)

Para se estender o reino de Deus a outras localidades ou regiões geográficas é fundamental: o envio de obreiros. Estas palavras de Jesus nos indicaram 4 coisas:

A necessidade espiritual dos homens em todas as partes é muito grande.

As necessidades superam as possibilidades “os obreiros são poucos”.

Os obreiros devem ser enviados pôr Deus.

Nossa responsabilidade é rogar ao Senhor que envie obreiros para a seara.

Na passagem, paralela a Mateus 9:35 – 10:03, lemos:

Naqueles dias retirou-se para o monte a fim de orar, e passou a noite orando a Deus. E quando amanheceu, chamou a si os seus discípulos e escolheu doze dentre eles, aos quais deu também o nome de apóstolos.

(Lucas 6:12 – 13)

Diante de tal necessidade, Jesus passou a noite orando ao Senhor da seara. É fácil imaginar qual era sua carga perante o pai naquela noite. Lembrava-se das cidades, dos povoados, das famílias , dos doentes, dos endemoniados, dos pecados , das enumeras necessidades das multidões por todas as partes, e rogava (ou pedia) por Obreiros, Obreiros, Obreiros e Obreiros.

Na manhã seguinte voltou com o seguinte:

  1. Escolher doze homens;
  2. Decidir-se por três anos intensivamente para formá-los e aparelhá-los – e logo após;
  3. enviá-los;

É impossível pensar na extensões a outros lugares sem o surgimento de novos obreiros. Há obreiros em nossas igrejas que já estão formados. Deus enviará alguns deles a outras cidades ou regiões. E outros serão chamados para substituí-los; precisam ser formados. O senhor da seara chamará outros para que sejam enviados a diferentes cidades e países, mas antes de serem enviados precisam ser preparados, formados, capacitados e aperfeiçoados.

I – A função principal dos ministérios de Efésios 4:11.

E ele mesmo concedeu uns para apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas, e outros para pastores e mestres, com vista ao aperfeiçoamento dos santos para o desempenho do seu serviço, para a edificação do corpo de Cristo.” (Efésios 4:11,12)

Em Efésios 4:7 a 16, Paulo apresenta a estratégia de Deus para a edificação da igreja. Aqui a figura dominante é a igreja como corpo. Cristo é a cabeça e cada filho de Deus, um membro ou uma parte do corpo. O OBJETIVO é a EDIFICAÇÃO do corpo, no que implica o crescimento da igreja em:

QUALIDADE 

UNIDADE

QUANTIDADE (Vs. 13 A 16)

O plano de Deus é usar todos os membros do corpo na edificação da igreja. (Vs. 12 a 16)

  1. A) Função da Cabeça: 
  • Governar o corpo – a cada membro (Efésios 1:22)
  • Dar vida ao corpo – a cada membro. Enche-lo todo. (Efésios 1:23, 3:19 e 4:10)
  • Dar crescimento ao corpo – a cada membro. (Efésios 4:15 e 16, 1º Cor. 3:7
  • Dar dons, dotar de graça (habilidade) a cada membro para o desempenho de suas funções. (Efésios 4:7 e 8)
  • E conceder uns para apóstolos; outros para profetas; outros para evangelista; outros para pastores e mestres(Efésios 4:11)
  1. B) Função dos Membros do Corpo de Cristo:
  • Cada membro é importante e tem uma função a desempenhar no corpo
  • Cada membro recebe de Cristo a graça(capacidade) para desempenhar sua função

(vers. 7)

  • Cada membro é um obreiro do Senhor, um ministro (vers. 12)
  • Cada membro tem o ministério de trabalhar na edificação do corpo (vers. 12)
  • Cada membro deve ser aperfeiçoado, capacitado para cumprir seu ministério (vers. 12)
  • Cada membro deve estar colocado no corpo em um lugar definido; unido, comprometido, sujeito, com relações firmes (conjunturas) para o desempenho de sua função (vers. 16)
  • Cada membro deve atuar ou ser atuante. … Cristo, de quem todo o corpo (estando bem ajustado e consolidado, pelo auxílio de toda junta), conforme o funcionamento adequado de cada membro, produz o crescimento do corpo para sua própria edificação em amor.
  1. C) Função dos Apóstolos, Profetas, Evangelistas e Pastores e Mestres

Embora existam cinco termos em Efésios 4:11, entendemos que são quatro ministérios diferentes, pois não diz “outros para pastores; e outros para mestres”, e sim, “e outros para pastores e mestres”.

Quer dizer, pastor e mestre é a mesma função. Mestre é “destacado” no grego. Em 1º Timóteo 3:2, Paulo visa a graça ministerial que se deve ter para ser reconhecido como bispo ou ancião, dizendo: “apto para ensinar”, no grego “didáticos” que é a qualidade para ser “didaskalos”.

Em Efésios 4:12, Paulo frisa a função principal destes ministérios em conjunto ao dizer:

“Com vistas ao aperfeiçoamento dos santos para o desempenho do seu serviço, para a edificação do corpo de Cristo.

A PALAVRA CHAVE AQUI É “APERFEIÇOAMENTO”

No grego se diz “para katartismos dos santos”, “Katartismo” é um substantivo, por isso a versão antiga Reina Valera diz: pra aperfeiçoar os santos” Esta é a única ocasião em que se usa o substantivo katartismos no novo testamento. Porém , “Katartismo” vem, do verbo “katartizo” O qual é usado 13 vezes no novo testamento.

Outras versões traduzem assim

  • “a fim de capacitar os Santos” (Bíblia dos Américos)
  • “para equipar os santos” (New Américam SJ)
  • “para o reto ordenamento dos homens” (Bíblia de Jerusalém) 
  • KATARTIZO, segundo o dicionário grego-espanhol significa: arrumar, ordenar, nivelar, guarnecer, equipar, prover, preparar, formar um todo, dirigir, organizar, separar, colocar em seu lugar.

As passagens do novo testamento, onde se usa este verbo, têm sido traduzidas de diversas maneiras, e nos dão uma ampla compreensão do rico significado:

Mateus 4:21 “consertando as redes” (as consertavam, as limpavam, as preparavam, e as deixavam prontas para serem usadas no dia seguinte) Marcos 1:19

Mateus 21:16 “aperfeiçoaste o louvor” (Bíblia de Jerusalém preparaste)

Lucas 6:40 “o que foi aperfeiçoado” (B. Jerusalém “bem instituída”)

Romanos 9: 22 “vasos preparados para ira”

1º Coríntios 1:10 “perfeitamente unidos”

2º Coríntios 13:11 “aperfeiçoamento”

Gálatas 6:01 “restaurai-o” (B. Jerusalém “corrigi-o”)

1º Tessalonicenses 3:10 “completemos o que ainda falta à nossa fé”

Hebreus 10:05 “formaste-me um corpo” (B. Jerusalém “me formaste”)

Hebreus 11:03 “Foi contribuído o universo” (B. Jerusalém foi formado”)

Hebreus 13: 21 “vos torne aptos a toda boa obra

1º Pedro 5:10 “Os aperfeiçoe” 

No grego clássico do 1º século, segundo Barclay, KATARTISMOS e seu verbo KATARTIZO tinham dois significados: Ajustar, por em ordem, restaurar.

Por exemplo:

  • Pacificar uma cidade dividida.
  • Colocar em seu lugar um membro deslocado.
  • Desenvolver certas partes do corpo mediante exercícios.
  • Restaurar uma pessoa a seu perfeito Juízo.
  • Reconciliar amigos.
  • Equipar, um homem ou habitar algo para um propósito determinado.
  • Por exemplo:
  • Equipar, habitar, deixar pronto um barco para zarpar, treinar, equipar, formar e armar um exercito e alistá-lo para que entrem em ação.

Resumindo.

A luz de tudo isto podemos afirmar que as funções principais dos apóstolos, profetas, evangelistas e pastores – mestres são:

  • edificar, aperfeiçoar, formar, restaurar os santos.
  • prepará-los, capacitá-los, treiná-los e equipá-los
  • relacioná-los, ordená-los, colocá-los em seus lugares, formar com eles um todo organizado, e colocá-los em suas funções; para que os santos entrem em AÇÃO e desempenhem seu ministério na edificação do corpo de Cristo.

De modo que na estratégia de Deus, a igreja é um seminário, e cada irmão um seminarista; é nossa responsabilidade (a dos ministérios na de Efésios 4:11) de aperfeiçoar, capacitar e relacionar os santos.

Portanto, se somos apóstolos, ou profetas, ou evangelistas, ou pastores-mestres, uma dessas principais funções principais é formar obreiros.

  1. O Discipulado Intensivo

Anunciamos no ponto anterior que nossa responsabilidade ministerial prioritária é CAPACITAR aos santos para a obra do ministério.

Como pastores do rebanho devemos prover os meios, a estrutura e a dinâmica apropriada para que todos os irmãos sejam edificados e formados como obreiros do Senhor.

Mas o ponto que quero destacar aqui é que para levar adiante o plano devemos nos concentrar em alguns para discipulá-los intensivamente.

  1. A) O Exemplo de Jesus:

Depois, subiu ao monte e chamou os que ele mesmo quis, e vieram para junto dele. Então designou doze para estarem com ele e para os enviar a pregar e a exercer a autoridade de expelir demônios. Eis os doze que designou: Simão, a quem acrescentou o nome de Pedro; Tiago, filho de Zebedeu, e João, e seu irmão, aos quais deu o nome de Boanerges, que quer dizer; filhos do trovão; André, Filipe, Bartolomeu, Mateus, Tomé, Tiago, filho de Alfeu, Tadeu, Simão, o Zelote e Judas Iscariotes, que foi quem o traiu.

(Marcos: 3:13-19)

Ao ler os quatro evangelhos, fica evidente, que Jesus ministrou ás multidões sarando (curando), pregando, ensinando, Ele concentrou seu ministério na formação de homens, e fez disso o primordial de seu ministério.

Por amor ás multidões necessitadas dedicou-se a formar obreiros. Não exclusivamente mas prioritariamente, pois além disso tinha outros setenta (Lucas 10:1e2)

Em seu método de formação observa-se 6 aspectos:

1) O exemplo de sua vida foi a maior lição que lhes deu.

2) O ensinamento e a instrução oral.

Seu programa de ensinamento constitui em instruir-lhes em TODA A VONTADE DO PAI.

3) O exemplo de sua ação.

Esta foi a maior lição do método de Jesus na formação de seus discípulos como OBREIROS. Eles, vendo-o pregar e ensinar, aprenderam a pregar e ensinar; vendo-o curar e expulsar demônios. aprenderam a fazer o mesmo; etc…

4) O treinamento na obra.

Não apenas viram a Jesus fazer, como também foram enviados a pregar, curar, ensinar, etc.

Logo eram corrigidos, instruídos, animados e aperfeiçoados a fazê-lo outra vez e melhor.

“Um fazendeiro (sitiante)se forma em uma fazenda do lado de um fazendeiro-mestre”.

5) Equipamento espiritual

Este equipamento se completou nos discípulos de Jesus quando foram batizados no espírito santo. por isto Jesus instruiu que não começassem a obra até estarem cheios do Espírito Santo.

Isto significou para eles o conectar-se pessoalmente com a fonte de poder, ter a direção do Espírito Santo, operar nos dons espirituais, ter luz e revelação interior, e atuar na total dependência de Deus.

6) O trabalho em equipe.

Jesus não formou um discípulo, mas doze. Não os enviou individualmente e sim de dois em dois.

Além do sacrifício para a obra, o trabalhar em equipe tem um valor de formação muito grande na mutua edificação; supervisão, complementação e companheirismo.

  1. B) O exemplo de Paulo

Estes mesmos princípios os vemos no ministério de Paulo, a quem sempre vemos rodeado de alguns homens. Nos primeiros anos de seu ministério apostólico vemos Paulo trabalhando com vários discípulos e formando-os:

  1. Silas (O Silvano)

Atos 15:32-34. 15:40-41, ITess. 1:1

  1. Timóteo 

Atos 16:1-3

  1. Lucas 

Atos 16:06-09 (Fala na 3º pessoa do plural) Atos 16:10 (Fala na 1º pessoa do plural) Atos 20:06

  1. Priscila e Áquila

Atos 18:18-19, (O acompanham de Corinto a Éfeso) Romanos 16:03

  1. Erasto com Timóteo

Atos 19:22

  1. Sóstenes                 

1º Corintios 1:1

  1. Urbano                   

Romanos 16:09

Alguns o acompanhavam em certos trajetos de sua viagem apostólica. Por Exemplo: o acompanharam até a Ásia (Atos20:3-5)

  • Sópater de Berea
  • Aristarco e Segundo de Tessalônica
  • Gayo de Derbe
  • Timóteo
  • Tíquico e Trófimo da Ásia
  • Lucas de Troas

No fim de seu ministério menciona-se doze colaboradores e discípulos de Paulo:

  1. Timóteo

II Tim. 4:09 (em Éfeso) Rom 16:21

  1. Demas

Colossenses 4:14 – II. Tm 4:10

  1. Crescente (foi Galacia)
  2. Tm. 4:10
  3. Tito (foi a Dalmacia)
  4. Tm. 4:10
  5. Lucas (estava com Paulo)
  6. Tm. 4:10
  7. Marcos (que Timóteo Trazia)
  8. Tm. 4:10
  9. Tíquico (o envio a Éfeso)
  10. Tm. 4:12
  11. Priscila e Aquila (estavam em Éfeso)
  12. Tm. 4:19 – RO 16:03
  13. Erasto (em Corinto)
  14. Tm. 4:20
  15. Trófimo (enfermo em Mileto)
  16. Tm 4:20
  17. Epafras (em Filipos)

Filipensses 2:15 – Colossenses 1:17

  1. Artenas (em Creta)

Tito 3:12

Conclusões do exemplo de Paulo

1 – O apostolo Paulo trabalhava intensivamente na evangelização de novas regiões, na fundação de novas igrejas, em cuidar e edificar as igrejas em diferentes cidades e nações, paralelamente sempre se dedicou à formação de obreiros de uma maneira intensa, seguindo o exemplo de Jesus.

2 – As igrejas locais que Paulo fundava em diferentes cidades como Filipos, Tessalônica, Corinto, Éfeso, etc…, ficavam solidamente estabelecidas com a partida do apóstolo, porque durante o curto ou médio prazo de sua permanência ele se dedicava intensamente na formação de obreiros, os quais eram designados como presbíteros da igreja. Deste modo o apóstolo, não se tornava indispensável e podia ir a outros lugares para estender o reino.

3 – Paulo pôde realizar um trabalho apostólico muito maior do que ele pessoalmente poderia efetuar, pois contava com uma valiosa equipe de colaboradores, os quais ele mesmo havia formado.Temos registrado, que nos últimos anos de seu ministério, o apóstolo formou mais doze colaboradores.

4 – Paulo instrui os seus colaboradores a fazer o mesmo. Disse a Timóteo: O que aprendeste de mim…isso mesmo transmite a homens fiéis e também idôneos para instruir a outros”. (II. Tim .2:2). Quer dizer “DEDICA-TE A FORMAR OBREIROS”

5 – Os seis aspectos presentes na metodologia de Jesus para formar obreiros também são observados na metodologia de Paulo.

III – A Capacidade Integral dos Obreiros

Nosso ministério de formar obreiros implica em dedicarmos fundamentalmente a duas coisas:

  1. A) A edificação de suas vidas para que alcancem a estatura espiritual de Cristo.
  2. B) A capacitação ministerial deles para que adquiram idoneidade para fazer a obra de Deus.
  3. A) Edificação de Vidas

Até que todos cheguemos à unidade da fé e do pleno conhecimento do filho de Deus à perfeita normalidade à medida da estatura da plenitude de Cristo.

(Efésios 4:13)

É Cristo em vós, a esperança de glórias, a qual nós anunciamos advertindo a todo homem e ensinando a todo homem em toda a sabedoria afim de que apresentemos Jesus Cristo perfeito a todo homem.

(Col. 1:27,28)

Se alguém aspira o episcopado, boa obra deseja. É preciso, porém, que o epíscopo seja irrepreensível…

(I Tm. 3:1-7)

O propósito de Deus é que cada filho seu seja formado à imagem de Cristo, que cresça até alcançar a estatura de seu FILHO, que seja edificado até ser um homem perfeito, maduro, completo. Esta qualidade de vida e estatura espiritual deve manifestar-se a desenvolver-se em todas as áreas de sua vida; em todas as suas responsabilidades funções e relações; sobretudo em seu caráter e em suas atitudes diante de Deus e seus semelhantes.

As áreas mais importantes em que se devem observar estas coisas são: Na família, no trabalho, no tratamento com seu próximo, na área sexual, na administração do dinheiro, na moral e ética, na sua relação com Deus e nas provações.

O obreiro do Senhor deve ser humilde, manso, paciente, com domínio próprio, amável, cheio de amor, misericordioso, bom, generoso, serviçal, compassivo, hospedeiro, respeitoso, diligente, trabalhador, responsável, crente fiel, estável, corajoso, fervoroso, prudente, equilibrado, decoroso, ordeiro, digno, etc…

1) A Transformação de Vidas Compete a Deus

Transformar os pecadores filhos de Adão em homens santos não é tarefa que nos compete, e sim a Deus. Só ele pode mudar (transforma) o homem orgulhoso, rebelde e egoísta em um novo homem, manso e humilde.

Não só o novo nascimento é obra do Espírito Santo, como também o crescimento e a transformação de vidas à imagem, como pelo Espírito do Senhor. (II. Cor. 3:18De modo que nem o que planta, nem o que nega, mas Deus que dá o crescimento.

Por isso é fundamental que (I Cor. 3:7) cada discípulo tenha uma forte comunicação com Deus, recebendo em sua vida, pela fé a ação transformadora do Espírito Santo, pois se sua relação foi unicamente com seus discípulos, de nada servirá.

2)- A Responsabilidade do Discipulador

Paulo declara que “nós somos colaboradores de Deus” (I Cor. 3:8). Se é certo que nem o que planta nem o que rega é alguma coisa, devemos plantar e regar. Somos cooperadores de Deus. Deus opera e faz sua parte; nós também devemos operar e fazer a nossa parte. Nunca nossa ação pode substituir a ação de Deus; tampouco a ação de Deus nos exime de nossa responsabilidade. Especificamente: Qual é a nossa responsabilidade na formação dos discípulos?

  • Estar com eles Marcos 3:14
  • Ser exemplo I Cor. 11:1, I Tm. 4:12
  • Amá-los João 13:34
  • Conhecê-los João 10:14
  • Ensinar-lhes todos conselhos de Deus II. Tm. 1:13
  • Instruí-los II. Tm. 2:2
  • Animá-los II. Tm. 1:3-7
  • Corrigi-los Tito 2:15
  • Adverti-los/repreendê-los I Tm. 5:20,II Tm. 4:2
  • Discípula-los Hebreus 12:7-11
  • Orar por eles II. Tm. 1:3
  • Honrá-los João 12:26
  • Ser amigos João 15:15
  • Dar a vida por eles João 10:11

Devemos atuar com os irmãos que estão sob nosso cuidado com toda diligência, responsabilidade, amor e autoridade. Que possamos ter o mesmo zelo que Paulo, a fim de que apresentemos todo homem perfeito em Cristo.

3) A Responsabilidade do Discípulo

Para completar o quadro devemos acrescentar que é responsabilidade do discípulo estar sujeito, ser transparente, fiel, sincero, respeitador, serviçal e esforçado em tudo que lhe é pedido.

  1. B) Capacitação Ministerial

Novamente devemos frisar qual é a parte de Deus, e qual é a nossa , na capacitação ministerial dos obreiros do Senhor.

Compete a Deus:

  • Chamar aos homens para o ministério (Rom. 1:1, II. Cor. 1:1)
  • Dotar, dar dons aos homens (Ef. 4:7,8,11) dotá-los de graça (habilidade) para o ministério. (Rom.12:6-8)
  • Enviar – (Mateus 9:38,I Cor.12:28)

Compete aos apóstolos, profetas, evangelistas e pastores-mestres:

Aperfeiçoar (Katartismos) aos santos para a obra do ministério (Ef.4:11-22).

Isto já estudamos amplamente. Mas resta uma pergunta: Como levar até o fim nossa responsabilidade?

Vamos desenvolver a resposta com quatro palavras:

  • Equipar 
  • Treinar
  • Relacionar
  • Colocar em Funções.

1) Equipar os Discípulos

  • Com o conhecimento da palavra de Deus. Os discípulos devem ser equipados com o Kerigma e didaké. Devem ter domínio de todo o conselho de Deus. (Mt.28:20,Atos 20:27)
  • Guiando-os para serem cheios do Espírito Santo e para aprender a viver dependentes dele. (Atos 1:8)
  • Guiando-os para conhecer a Deus mediante uma vida de oração e de estudo das Sagradas Escrituras.
  • Incentivando a visão do propósito eterno de Deus.
  • Guiando-os a cultivar uma sensibilidade profética para ouvir a voz de Deus e mover-se nos dons do Espírito.
  • Dando-lhes um bom complemento de formação teológica, incentivando-os também a uma superação cultural.
  1. Treinar os Discípulos

Já dissemos que a maior lição de Jesus para formar obreiros foi a OBRA. E não há nada que possa superar este método do maior mestre de todos os tempos. O método é muito simples.

1º Levar consigo os discípulos “Siga-me”

2º Fazer diante deles o que se pretende que eles façam depois: ensiná-los com o exemplo.

3º Intuí-los especificamente, atribuindo tarefas que devem fazer (Mt. 10:5-15)

4º Avaliar a tarefa realizada para alertá-los e corrigi-los.

Isto é um circulo, voltando novamente ao primeiro ponto, e assim por diante. Na medida em que vão ganhando experiência, lhes é dado mais liberdade, para o desenvolvimento de seu talento pessoal. O treinamento é uma capacitação prática para que os discípulos aprendam a fazer a obra.

O que devem aprender?

  • A evangelizar, testemunhar aos pecadores.
  • A guiar (levar) aos que crêem ao arrependimento e ao encontro com Deus.
  • A batizar, com todos as suas implicações.
  • A levar ao batismo do Espírito Santo.
  • A Discipular uma vida ou uma família.
  • A orar pelos enfermos. (doentes)
  • A expulsar demônios.
  • Aconselhar.
  • A saber ensinar a Palavra.
  • A pregar em publico.
  • A dirigir um grupo caseiro.
  • A dirigir o culto congregacional.
  • A profetizar.
  • A servir.
  • A fazer boas obras.
  • A pastorear e cuidar de algumas vidas.
  • A resolver problemas.
  • A suportar cargas e situações difíceis, etc., etc

Quer dizer, os discípulos devem aprender a fazer tudo o que inclui “fazer a obra” Segundo a graça de cada um, na vontade de Deus.

  1. Relacionar os Discípulos

A igreja é um corpo, não existe nela ministérios independentes. Os obreiros desde o princípio de sua formação devem aprender a atuar em equipes. Não há lugar para individualismo entre os ministros do Senhor.

De quem todo o Corpo, bem ajustado e conciliado, pelo auxílio de toda a junta, seguindo a junta cooperação de cada parte efetua o seu próprio alimento para edificação de si mesmo em amor.

(Efésios 4:16.)

RELACIONAMENTO COM IRMÃOS MAIS VELHOS

Todo obreiro deve saber a quem está sujeito, ou a quem é seu pastor ou discipulador. Por sua vez, o irmão mais velho deve saber quais são os irmãos que estão sob sua responsabilidade de edificar e capacitar.

As relações devem ser claramente definidas e estabelecidas. Uma relação ambígua ou indefinida não permite uma ação efetiva. Jesus sabia quais eram os seus “doze”. Os doze também sabiam. Timóteo, Tito, Lucas, Epafras, etc., tinham uma relação clara e comprometida com Paulo, que sabia que a formação de suas vidas, estava sob sua responsabilidade. Estas relações não devem ser perpetuas, mas, enquanto não produzam mudanças devem ser claras e firmes. João Marcos este sob (baixo) o ministério de Baranabé (Atos 12″25, 15:37-39), logo de Paulo (II. Tm. 4:11), e finalmente de Pedro (I Pedro 5:13).

RELACIONAMENTO (COM) EM DUPLAS: (entre discípulos)

O Senhor mandou de dois em dois aos setenta (Lucas 10:01) Também disse: “Se em meu dois de vos estiverem de acordo…” (Mt. 18:19); e Onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, ali estou no meio deles”(Mt. 18:20).

Em Atos vemos este princípio prático em funcionamento. Pedro e João, Barnabé e Saulo, Paulo e Silas. Há uma complementação da graça de cada um, com seu conseqüente benefício para a obra, é um recurso muito valioso para a formação dos discípulos a ajuda mútua, edificação e proteção.

RELACIONAMENTO (COM ) MAIS NOVOS

Esta relação completa o quadro, e já está demonstrado e exemplificado ao se falar da relação com irmão mais velho. Estas relações firmes definidas e comprometidas, são de vital importância para formação de obreiros.

4 – Colocar em Funções os Discípulos

Para completar o desenvolvimento dos discípulos é muito importante, que depois de receberem a formação básica, sejam colocados em funções, dando-lhes responsabilidades específicas de acordo com seu nível de formação e graça (habilidade). Isto é muito necessário para conhecê-lo e continuar completando sua capacitação. É importante ir promovendo os que são fiéis, a tarefas de maior responsabilidade, para que se vejam obrigados a esforçar-se na graça recebida.

Isto é válido tanto em cargos ou funções locais como translocais. Estas responsabilidades podem ser desde tarefas muito simples, como visitar alguém, Discipular algum novo discípulo, novo até os cargos de maior responsabilidade dentro da Igreja.

Conclusão

Entre nós, não é um enfoque novo, este tema. Rever tudo isto é sempre bom. Porém há algo novo em meu coração com relação a este tema. O Senhor nos está falando de estendermos à outras localidades. Isto significa que o Senhor enviará obreiros à outras cidades e países. A quem enviará? Não sabemos; mas sabemos que enviará aos que já estão capacitados.

Pelos que ficam, e pelos que possa o Senhor enviar amanhã ( pois a seara é muito, muitíssima), devemos variar (diversificar) algumas coisas entre nós, e dedicarmos à formação intensiva de alguns discípulos ou obreiros.

Até aqui nosso ritmo de formar obreiros tem sido muito lento. Não é que exista algum curso intensivo para formação de obreiros, mas entendo que o nosso é um curso muito lento. Proponho que nos “normalizemos”. Jesus em três anos formou doze apóstolos. Paulo em três anos formou pastores em Éfeso. Eu antes atribuía isso a maior graça que eles tinham sobre nós, é claro que continuo acreditando, mas creio (acho) que não é só isso; exige algo mais. Tanto Jesus como Paulo se dedicavam intensamente na formação de seus discípulos.

Estavam todos os dias com eles, muitas horas por dia. Havia outro ritmo, outra dedicação, outra intensidade, outra concentração que a nossa. Estavam todos os dias imersos na obra, mas com seus discípulos ao seu lado. No entanto, nós em muitos casos temos, pouquíssimos encontros com os discípulos no mês, e às vezes é possível que o conteúdo dos encontros seja muito pobre.

Sei que não podemos sonhar condições ideais para formar obreiros, mas em nossa situação e circunstância, e com nossas limitações, acredito que devemos nos abrir a Deus, para que Ele nos revele as mudanças que devemos fazer para “normalizar” entre nós a formação de obreiros, pois a hora surge.

(Elaborado por autor desconhecido via internet )


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